Consagrada
ao culto de Nossa Senhora das Mercês, cuja Arquiconfraria conta grande número
de irmãos, é um templo de elegante frontispício, que se assenta em ponto
elevado da cidade, de onde toda esta se descortina e ao qual se tem acesso por
extensa escadaria guarnecida de graciosa balaustrada.
Reconstruído
em 1877, de cantaria de pedra bem revestida, este edifício, que havia sido
remodelado em 1808, ao que parece, substituiu a antiga capela já existente em
1751. Com efeito, o Sargento-Mor José Álvares de Oliveira, em sua
"História do Distrito do Rio das Mortes", de 1750 e 1751, enumera a
Capela de Nossa Senhora das Mercês entre as já existentes na vila. Entretanto,
em 1751, foi que o Senado da Câmara regularizou a concessão do terreno para sua
edificação, como consta do livro de Registro de Títulos e Posse de 1748 a 1760,
fls. 15. Todavia, é de 6 de maio de 1806 a provisão em virtude da qual foi
instituída a Arquiconfraria, cujo compromisso o Príncipe-Regente D. João VI
aprovou.
Foram
depois executadas diversas reformas neste templo, havendo sido na última delas
ampliada a sacristia, em que se encontra ótimo lavabo de pedra, trabalho que se
presume ser de Gabriel Pinto ou de Joaquim Basílio.
Com
uma só torre quadrilátera, que fica em seu flanco esquerdo, a 10 metros
afastada da linha da fachada, adquire a igreja singular aspecto que em nada,
aliás, lhe prejudica a estética.
É
assoalhada e forrada com capricho. O teto, em três planos, tem no centro,
traçada em tintas suaves, a imagem da Excelsa Padroeira.
Nas
paredes laterais de sua grande nave, se vêem, trabalho de Angelo Biggi, dois
quadros de boa pintura, que representam o Natal e a Fugida para o Egito, de um
lado e, em frente, a Anunciação e a Apresentação do Menino Jesus ao velho
Simeão.
No
ângulo que essas paredes formam com as do transepto, se encontram altares de
boa talha, consagrados a Jesus Crucificado e a Senhora das Dores o da direita e
a Senhora do Parto, o da esquerda do templo.
O
arco-cruzeiro, apoiado em elegantes colunas, tem no alto, na face da grande
nave, trabalhado emblema, de autoria do são-joanense Luiz Batista Lopes, no
qual se vêem, surgindo das nuvens, duas águias, um anjo e os três corações, que
simbolizam a fé ardente.
A
capela-mor, construída em 1877, esplendidamente iluminada por três janelas de
forma quase elíptica que, de cada lado, se dispõem em sentido vertical, é de
tonalidade azul nas paredes laterais,artisticamente ornadas com estrelas
douradas, em relevo, o que também se verifica no teto, onde, em meio a
verdadeira constelação, no centro se vê belo florão.
O
retábulo em que se destacam os nichos de São Pedro Nolasco no lado do evangelho
e de São Raimundo Nonato no da epístola é, como o altar-mor, bem decorado.
Para
o alto, o trono aurientalhado, em que refulge Senhora das Mercês, a Redentora
dos cristãos cativos dos infiéis.
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